sexta-feira, abril 21, 2006


Distância. Pode-se afirmar que a distância não representa o mesmo para todos, tal como não se pode afirmar que a existência dessa distância não seja anulada independentemente dos quilómetros que separam dois pontos, ou mais precisamente duas pessoas. Há várias formas de o fazer, de provar que sim, que se pode anular, fazer desaparecer, ou reduzir essa distância a um curto espaço temporal, mas preferirei focar o meu raciocinio noutra forma de ver a questão.
Quantas vezes estamos de tal forma tão perto de quem nos acompanha na vida, mas, deparamos com a existência de uma abismal distância entre nós próprios e a outra parte?... Pois é, tal como um olhar aproxima, esse mesmo olhar pode afastar, pode-nos colocar longe, inacessíveis, completamente de parte, fulminados e completamente KO's, como que mortos de sentidos a um canto... E no entanto, é um olhar, ou seja, é um olhar que se cruza dentro de uma área de poucos metros quadrados. Ausência de distância física, mas de uma distância psicológica aterradora! Isto sim, é criar barreiras, é aumentar a distância, é não querer aproximar vidas, desgastar e ser desgastado, porque uma distância destas afecta não só o provocado, mas também o provocador... Venham os quilómetros, venha a amizade e o amor que os encurta ao tamanho de um passo, venham esses quilómetros que se fazem para encontrar um olhar, não para dele fugir, venham esses quilómetros que aproximam duas vidas, venham eles, que criem um futuro, que sejam sólida base para se mostrar quanto se quer encurtar a distância, quando for, como for...
A distância desaparece quando se diz e ouve: Cheguei, estou aqui!. A distância encurta-se quando se mostra muito querer, quando se sente muito a falta, quando se diz: Queria-te tanto aqui agora!...
Pois é... Queria tanto estar contigo agora... E estou, sinto-me contigo, sinto-te comigo...
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